EMPREENDEDORISMO

Após ganhar livro de programação aos 12 anos, jovem cria sua própria empresa de tecnologia e movimenta R$ 5 bilhões anualmente

A Yampi surgiu do desejo de democratizar o comércio eletrônico e hoje é um dos principais players do mercado, com 500 mil clientes

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Quando ganhou seu primeiro livro de programação, aos 12 anos, Lucas Colette não
imaginava se tornar CEO de uma empresa de tecnologia que movimentaria R$ 5
bilhões
alguns anos depois. O fundador da Yampi, companhia que oferece soluções e
inovação para o e-commerce, reconhece o presente do pai, comprado
despretensiosamente em uma banca de revistas, como o pontapé inicial de sua
trajetória empreendedora, o estopim de algo grandioso.
 
A história de uma das principais plataformas de e-commerce do Brasil começou nos
anos 2000, em Ibitinga, no interior de São Paulo, cidade com cerca de 60 mil
habitantes. Dois anos depois de receber o livro de programação de presente, Lucas
fundou um site de notícias do município, replicando reportagens de grandes jornais,
mas ganhando notoriedade local. Logo, começou a ser chamado para cobrir os eventos
da cidade em nome do Portal Ibitinga e desfrutar gratuitamente de feiras e shows.

Paixão pela tecnologia

O jovem não tinha planos de se tornar jornalista, mas montar um site do zero
escancarou as portas para a área da tecnologia. Aos 17, foi trabalhar como
programador, criando sites e e-commerces; tudo isso antes de 2010, quando o setor
de vendas online faturava menos de R$ 11 bilhões anualmente. A partir do interesse
por design, Lucas conseguiu emprego em uma agência, onde começou a ter mais
contato com os clientes e desenvolveu habilidades de negociação, criando não apenas
sites, mas sites “bonitos”, personalizados de acordo com o pedido de cada empresa
contratante.

Criando o próprio negócio

Com essa bagagem profissional, o empresário decidiu que era hora de tentar abrir a
própria empresa e, em 2011, numa sala na casa dos pais, ele fundou a Yampi, com a
missão de democratizar o comércio eletrônico. Atualmente com mais de 115
colaboradores, a empresa, que opera no modelo 100% remoto, embora tenha sede
física em Ibitinga, foi responsável por transacionar R$ 5 bilhões somente em 2022.

“Fiquei até assustado com essa cifra quando fizemos o levantamento de transações. E pensar que no começo de 2020 não tínhamos sequer 50 lojas cadastradas em nossa plataforma, e hoje contamos com mais 500 mil clientes”, revela o CEO, que aponta que o ano de 2020 foi responsável por um boom no comércio eletrônico em consequência do isolamento social.

Trabalho orgânico

Sem a pretensão de unir forças com outras empresas no momento, Lucas também
conta que, embora a Yampi já seja um grande player no mercado com a solução de
checkout líder em vendas, muito do tráfego da empresa ocorre de forma orgânica, do
boca a boca. “Sempre fomos uma empresa de produto, da tese que o produto precisa
ser bom, num nível que as pessoas indicam umas às outras. Até dois anos atrás nem
investimos em tráfego pago.” 
 
O checkout transparente da empresa, que já recuperou mais de R$ 1 bi em vendas
com a solução integrada de recuperação de carrinho abandonado, é também apontada
pelos clientes da Yampi como um diferencial valioso e potencializador de lucros. Alex
Zago, fundador do site Zona Cerealista Online, firmou uma parceria com a Yampi em
abril deste ano e, com as análises já realizadas, espera recuperar ao menos R$ 250 mil
em pedidos com a solução.

Com a projeção de crescer em 35% até 2025, Colette acredita que a Yampi conseguirá
surfar no potencial do comércio eletrônico brasileiro, que, de acordo com estudos da
alemã Statista, será um dos países líderes no desenvolvimento eletrônico de varejo
entre 2023 e 2027, com CAGR superior à taxa global.

“Os dados indicam que o Brasil estará na frente no desenvolvimento do e-commerce, e eu acredito que a Yampi tem o necessário para ser referência no setor”, finaliza o executivo.

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