NEGÓCIOS

Executivo detalha quatro aspectos fundamentais para identificar o momento certo de receber um investimento

Segundo João Selarim, executivo da assessoria de M&A Questum, ponto central é sempre pensar como um investidor

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Ainda que a captação de investimentos não seja uma necessidade absoluta para o crescimento das startups, empreendedores que decidem se aventurar pelo mundo dos negócios podem, em algum momento, precisar de algum tipo de aporte para fazer com que o negócio alcance novos patamares.

Dados do estudo Panorama Tech da América Latina 2023, desenvolvido pela Distrito, destacam que, desde 2019, startups da região receberam mais de US$ 36 bilhões em investimentos. Ainda que o cenário tenha mudado e o chamado “inverno das startups” tenha afetado negócios em toda a região com a desaceleração do número de rodadas e a diminuição nos valores, o momento é de retomada para as startups nacionais.

Neste contexto, uma das perguntas que, invariavelmente, surge na cabeça dos empreendedores é “como identificar o momento ideal para receber investimento?”.

De acordo com João Selarim, sócio da Questum, assessoria especializada em M&A e investimento para startups, o ponto central é pensar como um investidor. “Sempre que qualquer investidor está analisando oportunidades de investimento, olha para a relação entre potencial retorno, risco e liquidez. Dado que uma startup tem alto risco e liquidez baixa, o retorno precisa ser muito bom. Isso quer dizer que, no fundo, boa parte do trabalho do investidor é tentar responder se aquela startup tem capacidade de entregar um retorno tão acima da média”.

O executivo destaca quatro aspectos fundamentais na tomada de decisão de um
investidor:

Avaliação do empreendedor: é essencial avaliar sua experiência de mercado,
habilidades de gestão e a complementaridade dos sócios, abrangendo aspectos
tecnológicos, financeiros e comerciais. Além disso, a disposição do empreendedor para
aprender e se adaptar é crucial. Experiências anteriores bem-sucedidas também
podem ser um diferencial.

Avaliação do negócio: entender crescimento, LTV (lifetime value ou valor vitalício do
cliente) em relação ao CAC (custo de aquisição de cliente), a taxa de perda de clientes
(churn) e outras métricas da startup são partes fundamentais do processo de
investimento. Ainda, é importante entender a real capacidade de geração de caixa da
empresa, mesmo que esteja no negativo momentaneamente.

Avaliação do mercado: entender como o mercado que a startup está inserido tem se
comportado é um item obrigatório. Se o mercado está encolhendo, sofrendo muitas
mudanças ou quase não há histórico de empresas bem-sucedidas nele, as chances de a
startup prosperar no longo prazo tendem a ser menores. Além disso, é muito
importante avaliar o timing (tempo de entrada no mercado), para entender se a janela
de oportunidade ainda está aberta ou já passou.

Futuro e necessidade de capital: querem ser adquiridos ou tentar IPO? Se imaginam
captando múltiplas rodadas ou apenas pegando essa? Pensam em queimar mais caixa
ou planejam distribuir lucro em algum momento? Todos esses pontos são relevantes
para que o investidor possa pensar em sua estratégia de saída. E isso se cruza com a
real necessidade de capital – alguns empreendedores pensam que precisam de
investimento, mas na verdade, não possuem premissas sólidas para sustentar essa
necessidade.

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