NEGÓCIOS
Tendência: tecnologia no varejo deve ser vista como investimento
Especialista explica como pequenos e médios varejistas devem enfrentar o mercado e enxergar o uso da tecnologia como investimento, e não como algo complexo e caro
Recentemente ocorreu em Nova York mais uma edição da NRF (National Retail Federation), maior e mais tradicional feira do varejo do mundo. O evento é responsável por ditar as principais tendências para o ano, além de apresentar novas tecnologias disruptivas.
No entanto, nem tudo que é apresentado na feira chega ao Brasil com a mesma força
que em outros países, como Estados Unidos e China. O porquê disso, para o especialista no setor e head de vendas da Nexaas, Andrei Dias, é o pragmatismo brasileiro ao enxergar a tecnologia como complexa e cara demais.
O uso da inteligência artificial
Trazendo mais uma vez a experiência do cliente como foco dos negócios, a NRF 2024
trouxe a Inteligência Artificial como grande aliada para a proporção de uma jornada
mais valiosa. E, enquanto grandes marcas brasileiras já trataram de implementar a
tecnologia em seus negócios desde o ano passado, tanto em lojas físicas como online,
médias e pequenas empresas veem este presente como algo distante, ressalta Andrei.
“No Brasil, naturalmente já sofremos um delay quanto às tendências do varejo mundial, como é o caso dos caixas de autoatendimento, que chegaram aqui muito mais tarde do que na Europa e nos Estados Unidos. Agora, o que vejo é, mais uma vez, o receio de médios e pequenos empresários do setor com a IA, mesmo havendo diversas alternativas de serviços por um custo acessível, principalmente proporcionadas por startups. Devemos olhar isso como um investimento, não uma despesa.”
Transformação no varejo
Capaz de sugerir com mais precisão produtos que possam ser do gosto do consumidor,
com base em machine learning, a IA se popularizou com força no ano passado, por
meio de chatbots responsivos. No varejo, tanto no online quanto no físico, a tecnologia
tem o poder de encaminhar aos consumidores produtos que eles possam gostar,
adotando estratégias omnichannel.
“Já existem lojas com sensores de IA nas vitrines, que captam o produto que o cliente está olhando e depois mandam uma mensagem no e-mail oferecendo cupom de desconto da peça, oferecendo experiências multicanais com assertividade e aumentando as chances de retenção de consumidores”, afirma o especialista.
Apesar de acreditar que o Brasil ainda precisa ultrapassar seus medos com investimentos no varejo, Andrei é esperançoso. Ele acredita que estamos num momento de transformação, e que, em breve, o delay que sofremos quanto às tendências se encurtará. “Este será um ano interessante para o varejo brasileiro, mais estável, acredito eu, e com mais ousadia por parte dos empresários.”